Por Thiago Resende | Valor
BRASÍLIA – Ao se considerar as desigualdades internas em saúde, educação e renda, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil sofre uma depreciação de 27,7%. O coeficiente cai de 0,718 para 0,519.
A recente proposta de cálculo, chamada de IDH-D, ainda é feita com 134 dos 187 países. Esse medidor de desenvolvimento humano foi criado após diversas críticas de que o IDH geral não retratava a realidade. Com o ajuste à desigualdade, criou-se um indicador mais real. “O IDH geral é considerado pelos especialistas como potencial, pois ele sofre com a desigualdade”, ressaltou o economista Rogério Borges Oliveira, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
A depreciação do índice brasileiro é puxada principalmente pela desigualdade de renda, de acordo com dados do PNUD. Depois, o pior resultado é do setor educação, medido pelos anos de escolaridade e expectativa de tempo de estudo.
Questionada sobre a diminuição dos anos esperados de estudo no Brasil, a equipe do Relatório do Desenvolvimento Humano 2011 de Nova Iorque acredita que “em alguns países as oportunidades de trabalho que requerem menos anos de educação podem reduzir o número de alunos matriculados nos níveis mais elevados de educação”.
A desigualdade também provoca um deslize de 19 posições dos Estados Unidos – do 4º para o 23º lugar – e de 17 colocações da Coreia do Sul – do 15º para o 32º lugar –, mas nos dois exemplos a depreciação do IDH não passa de 16,5%. Entre os Brics, o Brasil é considerado mais desigual do que Rússia – perda de 11,3% – e China – perda de 22,3%.
(Thiago Resende | Valor)
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