quinta-feira, julho 18, 2013

EDUCOMUNICAÇÃO

Implantada através de aulas de geografia, a educomunicação é a forma de educar através da utilização dos recursos de mídia (câmeras filmadoras, câmeras fotográficas, gravadores de som, computador, etc.), com o objetivo de desenvolver um trabalho coletivo de vídeodocumentários.

Não há o que se falar do sucesso dessas aulas, pois crianças e adolescentes se fascinam com o mundo digital, podendo estender suas técnicas de produção de filmes e edições de imagens, que já fazem muito bem.

A Educomunicação é conceituada como o “método de ensino no qual a comunicação em massa e a mídia em geral são usadas como elemento de educação. É também um campo de convergência entre a educação e outras ciências humanas, que começou a surgir a partir dos anos 70, pela Escola de Comunicação e Artes da USP (Universidade de São Paulo)”.

O grande desafio da educomunicação é fazer os alunos colocarem a mão na massa, produzindo materiais de qualidade sobre os conteúdos abordados. Por exemplo, sobre a degradação ambiental, os alunos improvisam filmagens dos pontos da cidade em que isso acontece, montam os vídeos fazendo as devidas formatações e terminam propondo como gostariam que fosse aquele local, com sugestões que a população pode adotar para a preservação do ambiente.

Através do trabalho desenvolvido pela educomunicação, os professores conseguem resgatar o centro de interesse dos alunos, que antes se mostravam desmotivados diante do processo de aprendizagem, pois saem da mesmice da sala de aula, desenvolvendo um processo dinâmico e prazeroso.

A educomunicação acompanha os fatos do cotidiano, muito além dos livros didáticos. O surgimento da gripe suína, pó exemplo, não está registrado nos livros, mesmo os mais atualizados. Com isso, os estudantes têm a oportunidade de abordarem temas sociais, de forma crítica, utilizando recursos muito mais interessantes e inteligentes do que os utilizados em sala de aula.

Desenvolvem pesquisas sobre diversos assuntos, fazem entrevistas, fotografam, filmam, enfim, registram tudo aquilo que consideram interessante para depois editarem os filmes, montarem jornais, panfletos educativos, fazendo da aprendizagem um recurso para difundir o conhecimento adquirido.

Os temas abordados podem variar de acordo com a disciplina, como: meio ambiente, escassez e desperdício de água, causas indígenas, matemática e física aplicadas no dia a dia, geografia, história, línguas, informática, etc. Com isso, as escolas podem desenvolver um projeto anual, envolvendo todas as disciplinas, com a participação de todas as turmas, a fim de retratar algum assunto importante para a população.

Segundo Ismar de Oliveira Soares, jornalista e doutor em comunicação pela ECA/USP, com pós-doutorado na Marquette University, Estados Unidos, coordenador e fundador do Núcleo de Comunicação e Educação da Universidade de São Paulo (NCE/USP), precursor da educomunicação no Brasil, o trabalho docente voltado para as práticas de utilização de recursos da mídia, torna os alunos críticos diante dos fatos sociais e dos meios de comunicação, “transformando o espaço escolar num grande espaço para a produção de rádio, música, revista, jornal, teatro, através de um processo democrático”. Mas é necessário “que os conceitos sejam produzidos de forma coerente com a verdade científica e coerente com os anseios da cidadania, associando-os. Isso é educomunicação”.

Se o grande objetivo da humanidade é salvar o planeta, diante do processo de degradação ambiental a que este vem sofrendo, a educomunicação pode propagar as práticas que favoreçam a consciência coletiva, através de pequenas ações promovidas por crianças e adolescentes.

O sucesso dessa forma de trabalho é tão grande que a USP lançou um projeto para transformar a educomunicação em licenciatura, já a partir de 2010, sendo que o governo da Bahia oferece formação na área, para os professores das redes públicas de ensino da região.

Mãos à obra: luz, câmera, educAÇÃO!
Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola
http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/educomunicacao.htm

sexta-feira, julho 12, 2013

Pedagogia em ação - projetos


Apesar das teorias de Piaget, Vigotsky e seus seguidores, que defenderam a aprendizagem baseada na interação com o ambiente, os objetos do cotidiano, a cultura socio-histórica e principalmente com outros indivíduos, a cultura escolar ainda contempla uma série de tradições que privilegiam determinados padrões de aprendizagem, que têm sido questionados e exigem mudanças com o objetivo de alcançar um processo mais abrangente, plural e que atenda as diversidades de cultura, comportamento, e características próprias de cada aluno de uma sala de aula ou de uma classe.

Não somente a literatura, mas também as propostas pedagógicas mais inovadoras têm enfatizado a aprendizagem ativa, significativa, desencadeada a partir de problemas reais, contextualizados. Há um destaque para a concepção de que o conhecimento fragmentado em disciplinas é artificial e que os saberes escolares são, em última instância, produtos da transposição didática, entendida como a transformação de um conhecimento de referência - savoir de reference- em um conhecimento de ensino - savoir effectivement enseigné (Chevallard, 1985).

Essa transposição seria sempre o resultado de decisões arbitrárias que, na maior parte das vezes, estariam privilegiando a cultura burguesa dominante. Ainda hoje e de um modo geral, as experiências, vozes e histórias dos alunos, que dão sentido às suas próprias vidas, não são levadas em consideração no processo de ensino-aprendizagem.
Segundo o Professor João Beauclair, (www.projetoeducar.com.br/) 

 "Na verdade, a presença dos alunos na escola se reduz a uma participação insossa, vinculada a um cotidiano onde o que se pretende é apenas fazer valer os processo de transmissão e imposição de um conhecimento estanque, distanciado da realidade e, principalmente, imposto pela cultura escolar vigente". 

Educar em tempos difíceis pressupõe manter viva a chama da utopia, necessária para a construção de um outro mundo possível. Exige formação permanente, respeito às diferenças. Apesar de ser um primeiro passo, esta ação não basta porque se precisa ir além disso: é necessário conceber esta educação com articulação com as distintas dimensões do ver, do saber, do celebrar-se, do comprometer-se com os valores humanos universais, ligados aos quatros pilares da educação propostos pela UNESCO: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos, aprender a viver com os outros, aprender a ser.

A dimensão do ver deve ser trabalhada permanentemente, englobando a perspectiva da sensibilização e da conscientização do real, procurando, de modo progressivo, ampliar o olhar sobre o cotidiano e, assim, desvelar a própria estrutura social, compreendendo-a. As práticas escolares tradicionais possuem duas características que descrevem perfeitamente o modelo:
• a primeira está ligada essencialmente aos modelos dominantes de construção do conhecimento, onde delimitação, parâmetros e coerência são os focos centrais.
• a segunda está relacionada aos procedimentos adotados, ou seja, o conhecimento é livresco, tratado como transmissão unidirecional, através da exposição oral, da leitura linear, da repetição e da memorização. 

Porém se entendermos o espaço escolar como um espaço destinado a embates ou discussões, e se acreditarmos que o fazer pedagógico é uma ação de política cultural, podemos defender a ideia que a escola é um local privilegiado para a ampliação das habilidades e capacidades humanas, de modo a contribuir para que os diferentes indivíduos que nela desempenham seus papéis sociais possam elaborar suas intervenções na formação de suas próprias cidadanias.

Mais do que uma técnica atraente para transmissão dos conteúdos, como muitos pensam, a proposta da Pedagogia de Projetos é promover uma mudança na maneira de pensar e repensar a escola e o currículo na prática pedagógica. Com a reinterpretação atual da metodologia, esse movimento tem fornecido subsídios para uma pedagogia dinâmica, centrada na criatividade e na atividade discentes, numa perspectiva de construção do conhecimento pelos alunos, mais do que na transmissão dos conhecimentos pelo professor.

A Pedagogia de Projetos surgiu da necessidade de desenvolver uma metodologia de trabalho pedagógico que valorize a participação do educando e do educador no processo ensino-aprendizagem, tornando-os responsáveis pela elaboração e desenvolvimento de cada Projeto de Trabalho. Acrescentamos a essa metodologia uma reflexão sobre a realidade social, orientando os Projetos de Trabalho para uma reflexão sobre as condições de vida da comunidade que o grupo faz parte, analisando-as em relação a um contexto sociopolítico maior e elaborando propostas de intervenção que visem a transformação social [Freire, 1997].

A educação através de Projetos permite uma aprendizagem por meio da participação ativa dos educandos, vivenciando as situações-problema, refletindo sobre elas e tomando atitudes diante dos fatos. Ao educador compete resgatar as experiências do educando, auxiliá-lo na identificação de problemas, nas reflexões sobre eles e na concretização dessas reflexões em ações. A aprendizagem passa então a ser vista como um processo complexo e global, onde teoria e prática não estão dissociados, onde o conhecimento da realidade e a intervenção nela tornam-se faces de uma mesma moeda.

A aprendizagem é desencadeada a partir de um problema que surge e que conduz à investigação, à busca de informações, à construção de novos conceitos, à seleção de procedimentos adequados. Como as pedagogias inovadoras de natureza crítica objetivaram o fortalecimento de grupos que lutam por justiça social, é natural que se mobilizassem esforços no sentido de instaurar novas práticas educativas (Santos, 1995).

http://homes.dcc.ufba.br/~frieda/pedagogiadeprojetos/conteudos/a1p2.htm http://www.rieoei.org/opinion07.htm

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