Os professores da rede estadual de ensino conquistaram mais respeito e mais admiração dos catarinenses com esta sensata decisão de aprovar “indicativo de greve”, sem paralisação já. Mantém as atividades do calendário escolar, as aulas prosseguirão sem sobressaltos e os pais não terão os conhecidos transtornos com os filhos sem nada fazer em casa.
E, o mais importante: a deliberação abre um importante canal de negociação entre o Sinte e o governo estadual. Havendo boa vontade e sensibilidade de ambos os lados, o mínimo que se pode esperar é algum avanço concreto em relação a principal reivindicação: descompressão da tabela salarial.
Os professores realizaram uma assembleia prestigiada e uma passeata tranquila. A única exceção ficou com o demagógico e impertinente discurso do deputado Sargento Soares, incitando o plenário para “Greve já”. A assembleia reuniu mais de 4 mil pessoas, segundo o Sinte, número de se repetiu na manifestação pelas ruas de Florianópolis.
No comparativo, foram duas reuniões com características distintas. Na primeira, dia 11 de maio de 2011, o clima era de incontida empolgação, vibrante participação e muita disposição para a luta. O governo negava o pagamento do piso como vencimento. O professor catarinense é legalista. Defendia o cumprimento da lei federal, ignorada pelo governo há mais de dois anos. A assembleia decidindo pela greve e a motivada passeata viraram duas festas do magistério. Todos acreditavam na bandeira da legalidade do piso. Tinham o respaldo integral da população, como se viu depois durante os 62 dias de paralisação.
Na assembleia de ontem ninguém falava de piso. O ambiente era de frustração pelo achatamento da tabela. Mas, também, de renovação de esperanças para melhorar os professores especialistas e com mais tempo de serviço.
Se alguma pesquisa fosse feita hoje na população catarinense o resultado seria de aplauso ao magistério pela maturidade das decisões.
Avanços
Equivocam-se os professores que se sentem derrotados com a greve de 2011. Muito ao contrário, há conquistas a registrar, como o pagamento do piso, o reajuste do vale alimentação, o fim da terceirização da merenda, o compromisso do concurso público, a anistia aos punidos por greves anteriores, etc.
A nova assembleia está marcada para o dia 17 de abril. O principal item na pauta é a descompressão da tabela. Legítima e inadiável. O governo está desafiado a oferecer alguma nova contrapartida capaz de melhorar a carreira. Em primeiro lugar, conferindo a destinação real dos recursos do Fundeb. Se os inativos estão incluídos, como diz o TCE, já terá sobras para avançar. Caso contrário, poderá contar com o auxilio federal prometido pelo ministro Aloisio Mercadante. Serão, portanto, duas discussões distintas.
O governador Raimundo Colombo tem sobre sua mesa na Agronômica uma tabela indicando que de janeiro de 2011 a maio de 2012, o reajuste dos salários dos professores terá variado entre 34,30% e 73,70%.
Convenhamos: R$ 1.451,00 para piso de professor é ainda um salário muito baixo. Menor, por exemplo, do que um servente da construção civil, profissional sem qualificação acadêmica. Mas o aumento de 94% para quem ganha o piso faz uma diferença nada desprezível, se considerar o período de apenas um ano. A mesma defasagem aplica-se aos professores com mestrado e doutorado, hoje com vencimentos incompatíveis com a formação.
Se o governo recuperar estas perdas este ano não haverá greve na educação.
E, o mais importante: a deliberação abre um importante canal de negociação entre o Sinte e o governo estadual. Havendo boa vontade e sensibilidade de ambos os lados, o mínimo que se pode esperar é algum avanço concreto em relação a principal reivindicação: descompressão da tabela salarial.
Os professores realizaram uma assembleia prestigiada e uma passeata tranquila. A única exceção ficou com o demagógico e impertinente discurso do deputado Sargento Soares, incitando o plenário para “Greve já”. A assembleia reuniu mais de 4 mil pessoas, segundo o Sinte, número de se repetiu na manifestação pelas ruas de Florianópolis.
No comparativo, foram duas reuniões com características distintas. Na primeira, dia 11 de maio de 2011, o clima era de incontida empolgação, vibrante participação e muita disposição para a luta. O governo negava o pagamento do piso como vencimento. O professor catarinense é legalista. Defendia o cumprimento da lei federal, ignorada pelo governo há mais de dois anos. A assembleia decidindo pela greve e a motivada passeata viraram duas festas do magistério. Todos acreditavam na bandeira da legalidade do piso. Tinham o respaldo integral da população, como se viu depois durante os 62 dias de paralisação.
Na assembleia de ontem ninguém falava de piso. O ambiente era de frustração pelo achatamento da tabela. Mas, também, de renovação de esperanças para melhorar os professores especialistas e com mais tempo de serviço.
Se alguma pesquisa fosse feita hoje na população catarinense o resultado seria de aplauso ao magistério pela maturidade das decisões.
Avanços
Equivocam-se os professores que se sentem derrotados com a greve de 2011. Muito ao contrário, há conquistas a registrar, como o pagamento do piso, o reajuste do vale alimentação, o fim da terceirização da merenda, o compromisso do concurso público, a anistia aos punidos por greves anteriores, etc.
A nova assembleia está marcada para o dia 17 de abril. O principal item na pauta é a descompressão da tabela. Legítima e inadiável. O governo está desafiado a oferecer alguma nova contrapartida capaz de melhorar a carreira. Em primeiro lugar, conferindo a destinação real dos recursos do Fundeb. Se os inativos estão incluídos, como diz o TCE, já terá sobras para avançar. Caso contrário, poderá contar com o auxilio federal prometido pelo ministro Aloisio Mercadante. Serão, portanto, duas discussões distintas.
O governador Raimundo Colombo tem sobre sua mesa na Agronômica uma tabela indicando que de janeiro de 2011 a maio de 2012, o reajuste dos salários dos professores terá variado entre 34,30% e 73,70%.
Convenhamos: R$ 1.451,00 para piso de professor é ainda um salário muito baixo. Menor, por exemplo, do que um servente da construção civil, profissional sem qualificação acadêmica. Mas o aumento de 94% para quem ganha o piso faz uma diferença nada desprezível, se considerar o período de apenas um ano. A mesma defasagem aplica-se aos professores com mestrado e doutorado, hoje com vencimentos incompatíveis com a formação.
Se o governo recuperar estas perdas este ano não haverá greve na educação.
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