domingo, março 04, 2012

Educação: precariedades em SC

04 de março de 2012

Dois temas predominaram na primeira reunião do recém criado Fórum Estratégico da Indústria Catarinense, realizado neste fim de semana: as carências da infraestrutura e as precariedades do sistema educacional.
As deficiências estruturais são apontadas praticamente todos os meses por diferentes setores industriais. Santa Catarina tem um dos melhores sistemas portuários do Brasil. São bem localizados ao logo do litoral, tem agilidade e custos razoáveis nas operações. Falta, contudo, um sistema ferroviário moderno que faça a conexão entre os portos, de Imbituba a Itapoá. Ou uma rede rodoviária compatível, que permita o escoamento da produção. O empresário Cesar Gomes afirmou que há ociosidade no sistema portuário, o que representa um prejuízo para toda a população.
A situação do ensino é muito mais grave, porque depende de uma política de governo e de investimentos de médio e longo prazos.
Um dos debates durante o encontro do Fórum foi provocado pelo empresário Vicente Donini. Relatou que o sistema Senai, que forma técnicos de alto nível, praticamente absorvidos pelo mercado, gasta tempo e energia para “nivelar” os alunos. Eles chegam com um padrão de escolaridade muito baixo. Precisam de recuperação. Segundo Donini, a melhoria da qualidade só vai acontecer com ensino em tempo integral, professores mais preparados e incentivos à educação, em todos os níveis.
Coréia
O industrial joinvilense Carlos Rodolfo Schneider, fez uma crítica ao modelo de ensino adotado no país. Comparou: “O Brasil investe 4,7% do PIB em educação. É o mesmo percentual da Coréia do Sul. Com uma gigantesca diferença. A Coréia aplicar melhor os recursos. Tem ensino excelente”.
Um estudante de universidade pública custa no Brasil US$ 10.000,00, enquanto o aluno do ensino básico apenas US$ 1.400,00. A Coréia do Sul aplica US$ 7.500,00 com um acadêmico e US$ 4.500,00 com cada estudante de educação fundamental.
O Fórum Estratégico da Fiesc analisou outra questão polêmica ligada a estas distorções: o custo das universidades públicas e a falta de verbas para pagamento de melhores salários aos professores da rede básica e de verbas para a educação.
O modelo educacional brasileiro é caro e destina bilhões de reais, sem que haja fiscalização real e criteriosa avaliação das comunidade. Milhares de alunos, filhos de famílias abastadas, formam-se todos os semestres nas universidades públicas, sustentados por trabalhadores que nunca tiveram a oportunidade de frequentar uma sala de aula. Diplomados, estes privilegiados não oferecem qualquer recompensa à mesma sociedade que pagou seus estudos. Poderiam, por exemplo, oferecer seus serviços durante seis meses ou um ano em pequenos municípios. Os médicos, praticando nos postos de saúde e hospitais que atendem pelo SUS. No oeste, as prefeituras oferecem salários excelentes, mas não encontram médicos para atendimento da população carente. Os engenheiros poderiam colaborar em projetos de obras públicas de interesse público. E, assim, os farmacêuticos, os professores, os advogados, os administradores, etc.
O maior problema das universidades federais hoje é a falta de estacionamento. Jardins e áreas de lazer estão sendo sacrificados para ampliação das áreas reservadas aos veículos.
Permitir que o ensino básico perca qualidade ou impedir que milhares de crianças tenham educação fundamental para destinar a maior parte das verbas às universidades públicas e gratuitas é fazer justiça social?

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