domingo, março 25, 2012

Professores e alunos se unem pelo piso nacional

Manifestação do Cpers teve mais de 200 participantes nas avenidas de Lajeado.

Com bandeiras, apitos e nariz de palhaço, pro­fessores e alunos protes­taram contra a propos­ta de reajuste apresentada pelo governo do estado. Ontem de manhã, mais de 200 pessoas en­frentaram a chuva durante a ca­minhada pelas avenidas Alberto Pasqualini e Benjamin Constant.

Organizada pelo 8º Núcleo do Cpers/Sindicato, a manifesta­ção se encerrou com discursos em frente à Escola Estadual Castelo Branco. Às 8h30min, os manifestantes saíram da Esco­la Estadual Erico Verissimo, no bairro São Cristóvão, em dire­ção à Praça da Matriz.

À frente da caminhada, duas estudantes de magistério em­punhavam o cartaz com os di­zeres: “Lutamos por qualidade na educação”. Mariana Becker, 15 e Luciana Hergessel, 16, re­forçaram o coro em apoio à luta dos professores.

A presidente do Grêmio Es­tudantil da escola Jacob Arnt, de Bom Retiro do Sul, Nadine Eidelwein, 16, acredita que o pagamento do piso salarial re­presenta melhoria na sala de aula. “É uma forma de motivar os professores.” Segundo ela, alunos da escola estão solidá­rios às reivindicações.

Professora de Português da Es­cola Estadual Fernando Vieira, de Lajeado, Rosângela Mello des­taca o apoio à classe. Diz estar surpresa com a manifestação dos pais. “Foi a primeira vez que ficaram ao nosso lado.”

A diretora do Cpers/Sindicato na região, Luzia Hermann rei­vindica o cumprimento da lei criada em 2008 que estabelece o piso dos professores em R$ 1.451. Lembra que o autor foi o gover­nador Tarso Genro, quando ele era ministro da Justiça.

Segundo ela, o valor pago por 40 horas semanais aos pro­fessores do estado é o menor do país. “O base é de R$ 795 por mês. Queremos que a lei seja cumprida”.

Representante da Confedera­ção Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) no Vale, a professora Denise Goulart acre­dita que a paralisação provocou o recuo do governo do estado.

O projeto para aumentar o salário em 23,41%, que seria votado pelos deputados esta­duais hoje, foi transferido para a próxima semana. Governo e Cpers/Sindicato voltam a nego­ciar amanhã.



Protesto segue até amanhã

A paralisação é nacional e se­gue até amanhã. Os professores também cobram o repasse de 10% do Produtor Interno Bruto (PIB) do país à educação pública, con­testam as mudanças no plano de carreira da categoria e solicitam o reajuste nos mesmos índices para funcionários de escolas.

Cada município define suas estra­tégias de protesto. Hoje, em Estrela, os professores se reúnem na praça Menna Barreto durante todo o dia. Eles entregam panfletos e esclarecem os motivos da paralisação.

Para amanhã está marcada mobilização em frente à Secreta­ria Estadual de Educação. Cerca de dez ônibus com professores da região participam do ato. Confor­me o Cpers/Sindicato, os manifes­tantes se unirão a servidores de outras categorias em frente ao Palácio Piratini, às 16h.



Discussão do piso nacional ocorre há quatro

• Lei que estabelece o piso foi sancionada em 2008. Reajuste é anual.

• Para facilitar a adapta­ção nos estados, o governo federal admitiu no ano se­guinte que o piso poderia incluir vantagens e gratifica­ções.

• Em 2010, o piso pas­sou a ser aplicado como vencimento inicial e excluiu disposição dos cálculos as gratificações. Desde então, o estado não conseguiu se adequar.

• Pela lei, os governos pre­cisavam adequar os planos de carreira até 31 de dezem­bro de 2009, com o cumpri­mento do piso salarial. O Cpers barrou as mudanças propostas no plano durante o governo passado.

• Governos estaduais acionaram a Justiça ques­tionando a lei. Em 2011, o Supremo Tribunal Federal manteve que o piso como vencimento básico.

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