Por Felipe de Souza / Fotos: Bea Rodrigues (WST) e Gabriela MO
Como é bom enxergar uma luz no fim do túnel, não? Algo que lhe faça lembrar como as coisas boas costumavam ser simples e sem joguetes. Melhor ainda se estivermos falando de música e essa tal luz não for um quarteto de adolescentes envoltos em cores flúor ou uma locomotiva capitaneada por maus músicos vestidos como bancários dos anos 60. Foi numa terça-feira que chegou uma boa nova: Pedro Damasio, editor da Void, tinha ido conferir a apresentação de 18 anos de estrada dos Walverdes(1) e se surpreendeu positivamente com a banda que abriu os trabalhos da noite, uma tal Hangovers. Com pouco mais de um ano de existência o grupo é formado por duas guitarras, uma bateria, sem vocal, ninguém no baixo.
Ah, e se é pra rotular, que seja pra tirar uma onda de si mesmo. Eles se definiram como “grunge universitário”. Na bateria, Liege Milk, em uma das guitarras, Gabriel Martins (A.K.A. Lixo), no outro canto, com outra guitarra e sempre cambaleante, Theo Portalet. Para os que mataram as últimas aulas de inglês, Hangovers seria, numa tradução literal, Ressacas.
Ah, e se é pra rotular, que seja pra tirar uma onda de si mesmo. Eles se definiram como “grunge universitário”. Na bateria, Liege Milk, em uma das guitarras, Gabriel Martins (A.K.A. Lixo), no outro canto, com outra guitarra e sempre cambaleante, Theo Portalet. Para os que mataram as últimas aulas de inglês, Hangovers seria, numa tradução literal, Ressacas.
Mexicola, You Can´t Quit Me Baby
Decidimos então bater um papo com os caras em um dos botecos mais tradicionais da cidade. A conversa foi regada a cerveja, uísque, rum e almôndegas. Para o embate, apareceram somente Theo e Gabriel. A baterista Liege se recuperava de uma gripe. Foi Damasio quem botou pilha para que trocássemos ideia com os caras. Como eu não tinha ido ao show, não saberia reconhecer nenhum deles. Mas foi fácil detectar a presença dos figuras no local. Quem, em um bar frequentado por prostitutas em começo de expediente, travecos e taxistas de folga usaria uma camiseta com a frase “Mexicola, You can’t Quit Me Baby” escrita à mão? Era o franzino e simpático Theo, que dias depois de nosso primeiro contato, já distante de casa, me faria uma das declarações de amor mais inusitadas: “Cara, gostei de ti porque tu é idiota como eu”. Chorei.
Como na manhã seguinte os caras embarcariam em um vôo para uma tour de uma semana pela capital paulistana e cidades do interior, nossa intenção era que eles viajassem com a pior das ressacas. Certamente não conseguimos. Eles são fortes e fomos nós quem saímos do local um tanto estragados. Mas no meio da bebericagem, começamos a perceber o quão porra louca seria a jornada deles pelo estado de São Paulo. “Até semana passada não tínhamos nem a passagem de volta”, confidencia Theo. Isso deve ser normal para quem gravou um EP nos fundos de casa e conseguiu fazer com que o disco soasse fodasso...
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