domingo, dezembro 04, 2011

Antes do fim do ano letivo, Defesa Civil interdita escola por falta de segurança em Lages

Calendário deve ser cumprido mesmo com transferências de alunos para outras instituições

Pablo Gomes  |  pablo.gomes@diario.com.br
A novela da Escola de Educação Básica Aristiliano Ramos, uma das mais tradicionais de Lages, ganhou um novo capítulo nesta sexta-feira. 

De posse dos laudos finais do Corpo de Bombeiros e dos engenheiros da prefeitura, a Defesa Civil não quis arriscar e interditou imediatamente o prédio. Assim, a transferência dos 1,3 mil alunos e 90 funcionários para outras escolas, que ocorreria só no início do próximo ano letivo, deverá ser feita já na segunda-feira.

A decisão foi anunciada pelo coordenador da Defesa Civil, Cezário Flores, e pelo secretário de Desenvolvimento Regional, Jurandi Agustini. A conclusão é de que o local não oferece nenhuma segurança e, mesmo contra a vontade dos alunos, pais e professores e até do governador Raimundo Colombo, que pretendiam pelo menos terminar o ano letivo no prédio atual, a interdição foi adiantada. O calendário da escola prevê aulas até o dia 23 e será cumprido normalmente mesmo com as transferências.

Com isso, ninguém mais pode entrar no local sem autorização e acompanhamento da Defesa Civil. Os alunos e professores serão remanejados para a escola Vidal Ramos Júnior (antigo Centro Educacional) e para a nova sede da Vidal Ramos (antigo Colégio Rosa), ambas também no Centro da cidade e próximas da Aristiliano Ramos, localizada no calçadão da Praça João Costa. A Gerência Regional de Educação (Gered) garante haver salas disponíveis para todos e que nenhuma turma será dividida. As aulas continuarão sendo ministradas pelos mesmos professores.

Recomendações da Defesa Civil
A Defesa Civil fez uma série de exigências à Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) com relação ao prédio e deu um prazo de 90 dias para a tomada de providências. Caso contrário, não libera o imóvel. O Ministério Público foi informado oficialmente da situação.

O secretário Jurandi Agustini adiantou, porém, que em 90 dias o Estado não conseguirá cumprir as recomendações, nem mesmo fazer licitação para qualquer tipo de obra. O governo vai realizar um estudo no prédio para decidir se faz uma reforma geral ou se desativa a estrutura definitivamente.

Jurandi classificou de "vergonha" a última reforma geral da escola, feita há nove anos, e criticou os professores que participaram e teriam incentivado os alunos ao protesto realizado na quinta-feira. O secretário também foi cauteloso ao falar da possibilidade de construção de uma nova escola.
— Nós temos salas de aula de sobra. Não podemos fazer a mesma besteira sem sabermos se falta ou sobra sala. Chega de jogar dinheiro público fora —, esbravejou, em referência à construção da nova escola Vidal Ramos, que custou R$ 2,7 milhões e foi inaugurada em agosto.

Estudo local
Um grupo de pais e professores da escola Aristiliano Ramos estaria disposto a dividir as despesas e buscar patrocínios para a reforma do prédio sem a necessidade de derrubá-lo. Um engenheiro particular vai realizar um estudo no local para que seja analisada essa possibilidade. 

Outra medida a ser tomada é com relação às centenas de pombas que vivem na escola. A Defesa Civil vai se reunir com a Polícia Ambiental e a Fundação do Meio Ambiente (Fatma) para discutir formas legais de combater os pássaros que fazem ninhos e aumentam a degradação da estrutura.

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